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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

MARCAS QUE UTILIZAM TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

     A Repórter Brasil acompanha as fiscalizações realizadas no setor das confecções desde 2009, quando foi lançado o Pacto Municipal Tripartite Contra a Fraude e a Precarização, e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo, do qual a organização é signatária.

Confira os principais casos envolvendo empresas do setor, com as datas dos flagrantes:
Roupa da M.Officer em oficina flagrada com trabalho escravo (MPT-PRT2)
      Ação conjunta realizada pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério do Trabalho e Emprego resgatou duas pessoas produzindo peças da M.Officer em uma confecção no Bom Retiro, bairro da região central de São Paulo.  Casados, os dois trabalhadores são bolivianos e viviam com seus dois filhos no local em que costuravam. A casa  não possuía condições de higiene e não tinha local para alimentação, o que fazia que a família tivesse de comer sobre a cama. Os quatro tinham de dividir a cama de casal. No local de trabalho, onde foram encontradas instalações elétricas irregulares junto a material inflamável, não havia extintores de incêndio. Os trabalhadores tinham de pagar todas as despesas da casa, como luz, água, produtos de limpeza e de higiene, valor descontado do que recebiam por mês.  Eles costuravam exclusivamente para a M.Officer há sete meses e foram contratados por uma terceirizada pela empresa para a produção, a Spazio. Ambos ganhavam  R$ 7 por peça produzida.
Registro de dívida por passagem em caderno encontrado na oficina da Le Lis Blanc (Anali Dupré)
     Fiscalização realizada em junho resultou na libertação de 28 pessoas que produziam peças para a grife Le Lis Blanc em três oficinas clandestinas diferentes, incluindo uma adolescente de 16 anos. Eles recebiam entre R$ 2,50 e R$ 7 por unidade costurada. As peças eram vendidas por até 100 vezes mais. Todos os resgatados eram bolivianos, e alguns estavam aprisionados por dívidas. Além de escravidão, a fiscalização identificou também tráfico de pessoas.
Pagos por produção, trabalhadores continuaram costurando mesmo durante a fiscalização. Ao todo, 28 trabalhadores bolivianos foram resgatados em condições degradantes (Anali Dupré)
    Fiscalização realizada em 19 de março resultou na libertação de 28 costureiros bolivianos de condições análogas às de escravos em uma oficina clandestina na zona leste de São Paulo. Submetidos a condições degradantes, jornadas exaustivas e servidão por dívida, eles produziam peças para a empresa GEP, que é formada pelas marcas Emme, Cori e Luigi Bertolli, e que pertence ao grupo que representa a grife internacional GAP no Brasil. O resgate foi resultado de uma investigação de mais de dois meses, na qual trabalharam juntos Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Receita Federal. A fiscalização aconteceu na mesma semana que a São Paulo Fashion Week, principal evento de moda da capital paulista.
Fiscal toma depoimento de trabalhador em regime de escravidão  produzindo peças da Gangster numa em uma pequena oficina no bairro São João, em Guarulhos (SP) (Guilherme Zocchio)
     Trabalhadores em condições análogas às de escravos foram resgatados produzindo peças da Gangster Surf and Skate Wear, confecção paulistana que tem como público-alvo surfistas, skatistas e praticantes de outros esportes radicais. A libertação aconteceu em 19 de março, durante fiscalização em uma pequena oficina localizada no bairro São João, em Guarulhos (SP), onde trabalhavam dois bolivianos e um peruano. Toda a produção da oficina era destinada à Gangster, loja do bairro do Brás, região central da capital paulista.
Página da Hippychick com selo da Abvtex, que foi retirado após a denúncia (Reprodução)
       A Hippychick Moda Infantil, confecção de roupas infantis que, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), terceirizava sua produção para uma oficina de costura flagrada explorando trabalho escravo, tinha desde outubro de 2012 o selo da Associação Brasileira do Vestuário Têxtil (ABVTEX) de responsabilidade social. Após a libertação de cinco trabalhadores bolivianos, em 22 de janeiro de 2013, o MTE e o Ministério Público do Trabalho (MPT), que também participou da operação, investigam a responsabilidade das Lojas Americanas na exploração de mão de obra escrava. Segundo o MPT, a suspeita é de que as peças produzidas pela oficina terceirizada eram revendidas exclusivamente nas Lojas Americanas com a marca “Basic+ Kids”. Por conta do flagrante no seu fornecedor, em setembro de 2013 as Lojas Americanas firmaram TAC se comprometendo a melhorar a fiscalização da cadeia produtiva.
Crianças ficavam expostas a diversos riscos na oficina de costura interditada, num sobrado na Zona Norte de São Paulo (SRTE/SP)
       Um grupo de oito pessoas vindas da Bolívia, incluindo um adolescente de 17 anos, foi resgatado de condições análogas à escravidão pela fiscalização dedicada ao combate desse tipo de crime em áreas urbanas. A libertação ocorreu no último dia 19 de junho. Além dos indícios de tráfico de pessoas, as vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas, à servidão por dívida, ao cerceamento de liberdade de ir e vir e a condições de trabalho degradantes. O grupo costurava para a marca coreana Talita Kume, cuja sede fica no bairro do Bom Retiro, na zona central da capital.
Jovem cuida do filho recém nascido enquanto trabalha. O carrinho fica ao lado da máquina de costura na Zona Norte da capital paulista (SRTE-SP)
      No mesmo dia em que a grife de roupas femininas Gregory lançava a sua coleção Outono-Inverno 2012 com pompa e circunstância, uma equipe de fiscalização trabalhista flagrava situação de cerceamento de liberdade, servidão por dívida, jornada exaustiva, ambiente degradante de trabalho e indícios de tráfico de pessoas em uma oficina que produzia peças para a marca, na Zona Norte da cidade da capital paulista. O conjunto de inspeções resultou na libertação de 23 pessoas, todas elas estrangeiras de nacionalidade boliviana, que estavam sendo submetidas à condições análogas à escravidão.
Fiscais flagraram servidão por dívidas, degradância e jornadas exaustivas, em oficina em Sâo Paulo (Repórter Brasil)
     Flagrante de trabalho escravo na cadeia produtiva da grife de moda Zara, da empresa espanhola Inditex. A Repórter Brasil acompanhou as investigações do Ministério do Trabalho e Emprego e as fiscalizações in loco e trouxe o caso à tona, que ganhou repercussão internacional.
De acordo com a DPU-SP, Collins abusou ao usar "trabalho escravo para aumento de lucro" (Bianca Pyl)
     A Defensoria Pública da União em São Paulo (DPU/SP) ajuizou ação civil pública contra a empresa de vestuário Collins, envolvida em flagrante de trabalho análogo à escravidão em agosto de 2010. Trata-se da primeira ação coletiva apresentada pelo órgão ao Judiciário trabalhista. “Por falta de defensores, não há como atuarmos também na Justiça do Trabalho. Contudo, quando há uma relação com questões de direitos humanos, como é o caso do tráfico internacional e do trabalho escravo, nós atuamos”, observa Marcus Vinícius Rodrigues Lima, do Oficio de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPU/SP, que moveu a ação.
Mulheres também foram encontradas em condições análogas à escravidão na oficina em rua tranquila da Zona Norte da capital paulista (Bianca Pyl)
     A casa branca, localizada em uma rua tranquila da Zona Norte da capital paulista, não levantava suspeita. Dentro dela, no entanto, 16 pessoas vindas da Bolívia viviam e eram explorados em condições de escravidão contemporânea na fabricação de roupas. O grupo costurava blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem da tradicional Pernambucanas, no momento em que auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) chegaram ao local. A marca este envolvida em dois flagrantes: um em março de 2011 e outro em setembro de 2010.
Meio ambiente de trabalho na oficina que atendia a marca 775 era irregular e prejudicial aos trabalhadores (SRTE-SP)
     Fiscalização encontrou duas bolivianas em condição de trabalho escravo no meio urbano e providenciou abrigo às vítimas. Submetidas a uma rotina de violências físicas e morais, elas costuraram exclusivamente para a marca 775.
Quando chegou ao complexo de oficinas, fiscalização flagrou boliviano vestindo colete do IBGE, confeccionado em regime análogo ao escravo (Bianca Pyl)
     Vencedora da licitação dos 230 mil coletes deixou quase toda a produção (99,12%) para terceiros. Um deles, que não tinha nem registro básico, repassou parte da demanda para oficina que mantinha trabalho escravo.
Oficina de costura fiscalizada produzia peças femininas para a Marisa, uma das maiores redes varejistas do país (Maurício Hashizume)
     Etapas do processo desde o aliciamento até as lojas do magazine foram apuradas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), que aplicou 43 autos de infração, com passivo total de R$ 633,6 mil.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

DE OLHO NA OTAN, UCRÂNIA RENUNCIA A STATUS DE PAÍS NÃO ALINHADO

     Parlamento ucraniano aprova por ampla maioria o fim da neutralidade militar, abrindo caminho para o ingresso na Aliança Atlântica. Rússia critica duramente a decisão.
      A Ucrânia decidiu nesta terça-feira (23/12) renunciar ao seu status de país não alinhado para se aproximar da Otan, irritando assim o governo da Rússia. O status de não alinhado garante neutralidade a alguns países – como a Suíça –, que não participam de conflitos armados nem integram ações militares.
    Kiev havia assumido neutralidade em 2010, após a chegada do ex-presidente Viktor Yanukovytch ao poder e sob forte pressão da Rússia. No início da era pós-soviética, a Ucrânia tentou entrar na Otan, mas nunca foi vista como uma real candidata por causa de suas forças armadas sucateadas e manchadas pela corrupção.
   A decisão tem como pano de fundo o conflito aberto entre Rússia e Ucrânia, manifesto na anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia e na luta do governo ucraniano contra os rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.
   Uma ampla maioria de 303 deputados votou pelo fim da neutralidade, que registrou apenas oito votos contra. A lei deve agora ser promulgada pelo presidente Petro Poroshenko, que saudou a sua aprovação na rede social Twitter.
      "Enfim, corrigimos este erro", declarou o chefe de Estado ucraniano. "A integração europeia e euro-atlântica é um caminho para o qual a Ucrânia não tem alternativa", adiantou.
Repercussão imediata
    A decisão de Kiev foi criticada pela Rússia, antes mesmo de ser aprovada. "Trata-se, 'de fato', de um pedido de adesão à Otan, o que transforma a Ucrânia num adversário militar potencial da Rússia", considerou já nesta segunda-feira à noite o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, na sua conta na rede social Facebook.
    "Isso é contraprodutivo e apenas esquenta o confronto, criando a ilusão de que aceitar uma lei como essa é o caminho para resolver a profunda crise interna na Ucrânia", afirmou o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov.
   A Otan saudou a decisão. "Nossa porta está aberta, e a Ucrânia se tornará um membro da Otan se fizer um pedido, atender aos padrões e aderir aos princípios necessários", declarou a Aliança Atlântica. O ingresso da Ucrânia na aliança, porém, é um processo que levaria anos para ser concluído.
   O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vê a Otan como a principal ameaça à influência da Rússia sobre os países da antiga União Soviética. Este novo passo de aproximação com Ocidente, dado pela Ucrânia, deve acirrar ainda mais as tensões entre o Ocidente e a Rússia.
Fonte: DW

domingo, 28 de dezembro de 2014

A CRISE DOS SHOPPING CENTERS NOS EUA

Shopping centers não foram criados para serem sinistros. Ainda assim, em 1977, George A. Romero escolheu um shopping deserto para filmar algumas sequências de O Despertar dos Mortos, seu cult de horror zumbi. Sem vida e sem luz, as enormes galerias vazias do local assumiram um ar assustador.

Randall Park Mall: North Randall, Ohio


Curiosamente, o cenário de Romero tem muito em comum com imagens que recentemente vieram à tona de shopping centers abandonados espalhados por todo o território americano. Hoje, há provavelmente mais de cem dessas criaturas inanimadas de aço e concreto espalhadas à beira das grandes avenidas dos subúrbios do país.


Rolling Acres Mall: Akron, Ohio

A crise econômica em várias regiões, principalmente no Meio-Oeste, combinada com uma acelerada ascensão das compras pela internet e com novos modelos de centros urbanos de comércio, empurrou o então aparentemente imbatível shopping center americano para a decadência. Muitos ainda são bastante frequentados e estão sendo ampliados ou reformados, mas os "shoppings fantasmas" estão rapidamente se tornando as "cidades fantasmas" do século 21.




O pai do shopping center



Do lado de dentro, os milhares de metros quadrados de decoração kitsch parecem mais melancólicos do que um parque de diversões fechado. Todo aquele mármore, todos aqueles azulejos e as largas escadarias no estilo hollywoodiano parecem inúteis e um tanto comovedoras. Ainda mais tocantes porque os primeiros shoppings dos Estados Unidos não foram erguidos para ficar a quilômetros de distância de grandes centros urbanos, acessíveis apenas de carro. Victor Gruen, o "pai do shopping center", os idealizou como ponto de referência no coração de áreas onde novos e aprazíveis bairros seriam erguidos.

Southdale Center, em Edina, Minnesota
Nascido em Viena em 1903, Gruen era um socialista ferrenho que estudou arquitetura em sua cidade natal antes de abandoná-la rumo a Nova York, na época da anexação da Áustria pelos nazistas, em 1938. Ele acabou projetando o primeiro shopping center fechado do mundo, o Southdale Center, em Edina, Minnesota. Era 1956.

American way

As casas, escolas, lagos e parques que Gruen havia imaginado continuaram sendo um sonho, enquanto os habitantes de Edina e, posteriormente, do resto do país faziam suas compras em edifícios climatizados cada vez maiores e cada vez mais kitsch. O shopping center virou um local de passeio, além de ter se tornado uma parte fundamental da cultura americana contemporânea e um modelo para muitos outros países que desejavam reproduzir o American way of life.

Dixie Square Mall: Harvey, Illinois
Hoje, os grandes shoppings estão em várias partes do mundo. O maior deles é o New South China Mall, em Dongguan, na China, com uma área 20 vezes maior do que a Praça de São Pedro, no Vaticano, e com mais do dobro do tamanho do King of Prussia Mall, na Pensilvânia, o maior dos Estados Unidos. Entre os dez maiores shoppings do mundo, dois estão no Irã, enquanto outro gigante acaba de ser erguido em Bangladesh, um país com um PIB per capita quase 50 vezes menor do que o dos Estados Unidos.

Porém nos Estados Unidos, em si, a tendência estancou. Em meados dos anos 90, surgiam 140 novos shoppings por ano no país. O freio foi acionado em 2007, o primeiro ano em quase meio século em que nenhum desses centros foi construído. A recessão levou muitos estabelecimentos americanos a fechar suas portas. E, como tinham sido construídos em uma escala cada vez mais ambiciosa, nunca foi fácil convertê-los para novas finalidades.


Dias contados?



Quando o shopping passa a ser uma necessidade e não apenas mais uma opção, isso é sinal de que a cidade se encontra terrivelmente adoecida. 


Quando as ruas não são agradáveis aos sentidos (ruas feias, fétidas, com poluição sonora e visual), quando há uma constante sensação de insegurança, quando a infraestrutura das ruas é decadente, as calçadas quebradas e você tem que disputar o espaço com carros e camelôs, obviamente a melhor solução é nos refugiar em um ambiente mais agradável e de fácil acesso como um shopping center, para fazer nossas compras e satisfazer nossas necessidades de lazer.

Hawthorne Plaza Mall: Hawthorne, Califórnia
O mundo continua indo às compras freneticamente, mas, como a experiência americana mostra, alguns modismos também passam. Como arquitetura, e como fenômeno social e econômico, os shoppings falam muito sobre a forma como gastamos dinheiro e vivemos nos últimos 50 anos. Ao olharmos as fotografias de prédios abandonados, esse modo de vida pode nos parecer um perturbador e até mesmo um pouco assustador.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

CANAL DA NICARÁGUA - O MAIOR PROJETO DE ENGENHARIA DO MUNDO

Proposta para canal da Nicarágua em 1870

    Estimado em US$ 50 bilhões, o canal da Nicarágua é o maior projeto de engenharia do mundo e, de acordo com Daniel Ortega, presidente daquele país, representa a independência total e definitiva da nação.

    O projeto foi idealizado já no século XIX, mas apenas nesta segunda-feira, com a ajuda chinesa, é que o projeto começou tomar forma. Estradas estão sendo abertas em direção à comunidade de Rio Grande, onde iniciaram as escavações para o canal que possuirá 278 km de extensão e ligará o Oceano Pacífico ao Atlântico.

   Apoiada pela Maersk, maior empresa de transportes do mundo, a empresa chinesa Hong Kong Nicaragua Canal Development Investment Company será a responsável pela execução da obra que deve durar em torno de 6 a 10 anos. O novo canal terá capacidade para navios maiores do que os que passam pelo do Panamá; mesmo esse já estando em processo de ampliação

  De acordo com a revista exame, ao passar de cada ano, a Nicarágua ganhará apenas 1 ponto percentual de controle do canal, o que a tornará majoritária somente após 50 anos. Enquanto isso, a HKND terá de pagar apenas US$ 10 milhões por ano. Isso sem contar que também poderá vender seus direitos para qualquer outra empresa ou país.

 Entretanto, há ressalvas. Nem todos os nicaragüenses aprovam essa obra colossal. Rumores apontam que o presidente Ortega esteja se beneficiando desse processo, tendo promovido as reformas políticas que permitem sua reeleição por tempo ilimitado ao mesmo tempo em que a concessão do canal foi posta na constituição do país.

  Além disso, esse canal pode se tornar um pesadelo para a Nicarágua. Haja visto que o Lago Nicarágua, maior fonte de água doce do país, fará parte do canal e, consequentemente, será afetado ambientalmente pela circulação de cargueiros. Em defesa dos seus interesses, alguns nicaragüenses já protestam.

Fonte: Exame
Adaptado por : Dhiego Schneider

QUEDA NO PREÇO DO PETRÓLEO DIFICULTA AINDA MAIS A VIDA NA VENEZUELA

"Em nenhum lugar em Caracas você consegue encontrar fraldas", diz a dona de casa. "Então quando alguém me avisa sobre onde encontrá-las, tenho que ir".

Consumidores esperam horas em fila para comprar papel higiênico em Caracas.
A falta de produtos básicos, como a fralda para a filha de Eugenia, tem se agravado na Venezuela com a forte queda no preço do petróleo nos últimos meses. O país é altamente dependente dos recursos da exportação do produto - segundo estimativas, 96% das receitas de exportação são provenientes do produto. Petróleo mais barato significa menos dinheiro nos cofres do país para garantir acesso a moeda estrangeira e importações de produtos. 

Assim, filas para itens simples têm se espalhado pelo país. "Todos os dias eu tenho que ficar na fila para encontrar o que eu preciso. Agora, eu não consigo encontrar uma lata de leite. Não acho em nenhum lugar. Estou preocupada porque só tenho uma lata em casa".Mesmo tão cedo, Eugenia conta ter enfrentado um metrô lotado, antes de se juntar a mais uma fila. Achadas as fraldas, o desafio agora é encontrar leite. "Não consigo imaginar como serão as coisas em janeiro. Desse jeito, vamos passar fome".

Senhas para a fila da farinha de trigo em Caracas.
Em junho, o preço do barril do petróleo venezuelano - mais pesado para os padrões internacionais - estava ao redor de US$ 100. Na semana passada, o preço chegou a US$ 57,53. 'Economia de guerra. A queda do preço do petróleo significa menos dólares nos cofres do governo da Venezuela e para o pagamento de importações.

Para o empresário Alex Hernández, a queda do preço do petróleo tornou ainda mais difícil o acesso a moeda estrangeira necessária para comprar os produtos importados que ele vende. "Não temos guerra mas é uma economia de guerra. Porque mesmo quando você tem dinheiro você não consegue encontrar o que quer. Empresários estão sob risco", diz ele.

Multidão em frente a loja de eletrodomésticos após o presidente venezuelano decretar baixa nos preços.
Em 2003, o governo venezuelano definiu uma taxa fixa para o câmbio. A medida foi adotada para que o governo mantivesse o controle sobre os preços e garantir que alguns itens básicos, como pão e arroz, ficassem mais acessíveis aos pobres. Diante do controle cambial, pessoas e empresas podem receber dólares na taxa oficial somente através de uma agência do governo - e somente para fins de importação de bens ou pagamento de viagens ao exterior.

Como Hernández disse, o preço de produtos na Venezuela tem subido. A taxa de inflação oficial do governo está em 63,4% e o país está beira da recessão. Foi a primeira vez desde maio que o Banco Central local divulgou o índice de inflação. Críticos acusam o governo de omitir dados por razões políticas. O BC também não divulgou o índice de escassez, que revela os produtos que estão em falta. Mas é evidente que a dificuldade de se obter produtos básicos tem gerado descontentamento entre muitos.

Prateleiras vazias nos supermercados.
"Todos os venezuelanos têm sentido no bolso a queda do preço do petróleo. Evidentemente está custando muito para a gente. Porque quando o preço cai há menos moeda estrangeira para os importadores", disse Hernández. "Aqui na Venezuela 90% dos produtos são importados. Quase tudo o que se consome na Venezuela é importado. E lamentavelmente isso colabora para que a alta dos produtos seja maior".

O mecânico Enrique Moreno também se diz afetado pela escassez de produtos - no caso dele, de peças de reposição importadas. "Nos dizem que este país tem as maiores reservas de petróleo do mundo. Mas para mim isto é mentira, porque se fosse verdade, não deveríamos estar onde estamos", disse. "Estamos num período de insatisfação. Você sente nas ruas, falando com as pessoas".

Fonte: BBC Brasil.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

UM SUPERMERCADO MAIS SUSTENTÁVEL

Inovador, assim podemos dizer do primeiro supermercado sem embalagem do mundo em Berlim. Essa iniciativa, na verdade é um ideia que se encaixa com a sustentabilidade e a harmonia com a natureza. Substituindo caixas tradicionais e sacolas plásticas, o “Original Unverpackt” é um lugar completamente sem embalagens e que foi inaugurado recentemente.


Com poucos menos de 3 meses de funcionamento, ele já é popular e pretende mudar a maneira como as pessoas consomem os produtos que estão disponíveis. Os clientes trazem suas próprias sacolas e produtos embalados em plástico não entram no supermercado. A iniciativa de Sara Wolf e Milena Glimbovski possibilita o encontro de uma grande variedade de itens em apenas um local.


O supermercado disponibiliza informações sobre a procedência e os ingredientes do produto e também planeja novas experiências de consumo, lá ainda é possível comprar recipientes reutilizáveis, e há um serviço serviço de depósito de embalagens recicláveis para quem chega às compras despreparado.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

IMAGENS DE BARCOS E ROSTOS DE IMIGRANTES AFRICANOS EM DIREÇÃO A EUROPA

       Fotógrafo Massimo Sestini acompanhou a marinha italiana em suas missões de resgate no início deste mês, oferecendo um vislumbre de perto raro dos homens, mulheres e crianças que fazem a viagem perigosa para começar uma nova vida

    Oito meses depois de um barco que transportava centenas de imigrantes naufragou ao largo da costa de Lampedusa, matando mais de 360 ​​pessoas e estimulando um protesto internacional, o fluxo de imigrantes que arriscam a perigosa viagem marítima para a Europa não mostram sinais de queda.

     Já este ano, o número de migrantes que chegam de barco na costa da Itália ultrapassou 40.000, o número total de imigrantes que chegaram em 2013. No início deste mês, a Itália informou que resgatou 5.200 pessoas no espaço de apenas quatro dias. Funcionários alertam que muitos mais irão morrer sem um apoio mais amplo de toda a Europa.

     Dezenas de milhares de refugiados e migrantes fazem a viagem para a Europa anualmente, a partir de dezenas de países da África e do Oriente Médio, de acordo com o Parlamento Europeu. Nos últimos anos, os sírios que fogem da guerra civil em seu país se juntaram às fileiras de eriteus, somalianos e sudaneses que procuram uma vida melhor, disse a ONU em abril.

     No Dia Mundial do Refugiado, 20 de junho, o tempo é a publicação de uma coleção de imagens do fotógrafo Massimo Sestini, que acompanhou a marinha italiana em suas missões de resgate no início deste mês. As imagens retratam as condições traiçoeiras em que dezenas de milhares de migrantes e refugiados tentam a travessia, embalado em lanchas frágeis com suprimentos limitados. Mas eles também revelam, de uma forma raramente vista, os rostos humanos de alguns dos homens, mulheres e crianças que arriscam tudo para torná-lo para a Europa.     

     Depois da tragédia fora de Lampedusa, Itália começou uma missão naval apelidado de "Mare Nostrum", latim para "Nosso Mar", para patrulhar as águas. A operação foi resgatado cerca de 30.000 pessoas, mas as autoridades da Itália e da Grécia estão pedindo apoio na cara de mar calmo esperados deste verão e dias mais quentes, quando as viagens são susceptíveis de saltar. O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano advertiu no início desta semana que a Itália pode não ser capaz de dar ao luxo de continuar Mare Nostrum, sem o apoio da UE.

     No mês passado, Enzo Bianco, prefeito de Catânia da Sicília, condenou o "silêncio ensurdecedor" da Europa em um funeral por 17 imigrantes que morreram ao largo da costa da Líbia, informou o Guardian. "Diante desses caixões, a Europa deve escolher [se] enterrar nossas consciências de homens civilizados junto com eles", disse ele.

Fonte: Time


sábado, 13 de dezembro de 2014

CAMPANHA USA IMAGENS CHOCANTES CONTRA O DESMATAMENTO

      "Quando a madeira se vai, a vida selvagem se vai" - este é o slogan que estampa uma série de peças publicitárias lançadas pela revista Sanctuary Asia, uma importante publicação da Índia que cobre assuntos relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade. Apesar do conteúdo gráfico ser altamente impactante, o choque e o desconforto de olhar estas imagens é compensado pela importância da mensagem que transmitem. A revista quer chamar a atenção para uma verdade que muitas vezes acaba passando despercebida: o desmatamento também é fatal para os animais selvagens que ocupam o habitat destruído. No caso das florestas tropicais, as que mais sofrem com o problema, estima-se que abriguem 80% da biodiversidade do planeta.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ESTAMOS PASSANDO PELA SEXTA EXTINÇÃO EM MASSA

No último meio bilhão de anos, a Terra enfrentou cinco episódios de extinção em massa, nos quais até 96% das espécies de seres vivos do planeta simplesmente desapareceram. Todas elas tiveram “causas naturais”, sendo a mais conhecida, e recente, a que decretou o fim dos dinossauros, cerca de 65 milhões de anos atrás, que se acredita ter sido provocada pela queda de um imenso meteoro na região de Chicxulub, na atual da Península de Yucatán, México. Agora, no entanto, espécies de plantas e animais são extintas mil vezes mais rápido do que acontecia antes dos seres humanos existirem. E o problema não acaba por aí. Segundo cientistas, o mundo está à beira de sua sexta extinção em massa.

Araucárias correm sérios riscos de serem extintas nas próximas décadas. 
Chamado de “extinção do Antropoceno”, este processo foi tema de edição especial da revista “Science”, com quatro artigos que procuram identificar o atual ritmo de perda da fauna do planeta, possíveis soluções ou medidas para sua mitigação e seus efeitos tanto sobre o ambiente quanto sobre a própria sociedade humana. Em um deles, um grupo de pesquisadores liderado por Rodolfo Dirzo, da Universidade de Stanford, nos EUA, revisou diversos estudos recentes para mostrar as semelhanças da extinção do Antropoceno com as anteriores, tanto em termos de número de espécies perdidas quanto pela sua variedade em tamanho, grandes ou pequenas, e grupos taxonômicos afetados.

Os anfíbios correm sérios riscos de extinção pois são muito sensíveis às alterações no meio ambiente.
Segundo pesquisadores, só nos últimos 500 anos pelo menos 322 espécies de vertebrados desapareceram do planeta. E, das estimadas 5 milhões e 9 milhões de espécies de animais da Terra, 11 mil a 58 mil estão sumindo anualmente. Mais preocupante ainda, porém, é a forte redução observada nas populações da maioria deles, em especial entre os invertebrados como insetos, menos estudados e conhecidos, mas com papel fundamental no equilíbrio e manutenção de ecossistemas e seus serviços ambientais. De acordo com os cientistas, 67% das poucas espécies de invertebrados monitoradas apresentaram um declínio médio de 45% na sua abundância nos últimos 35 anos, período em que a população humana do planeta dobrou.

As abelhas estão em acelerado processo de extinção graças aos agrotóxicos.
"Tendemos a pensar em extinção como o desaparecimento de uma espécie, e isso é muito importante, mas há a perda de funções críticas dos ecossistemas nas quais os animais têm um papel central a que também devemos dar atenção" — alerta Dirzo. "Ironicamente, temos considerado a perda de fauna um fenômeno críptico, mas creio que acabaremos em uma situação em que ela será não críptica devido às crescentes e óbvias consequências que isso terá sobre o planeta e o bem-estar humano".

Tubarão branco, uma das espécies mais predadas atualmente.
Na revisão, os cientistas citam que invertebrados e pequenos vertebrados, como pássaros e anfíbios, são fundamentais em processos essenciais para a natureza e a sociedade, como polinização, controle de pragas, reciclagem de nutrientes e manutenção da qualidade da água. Dois outros levantamentos mostraram que cerca de 13% das espécies de aves do mundo estão na “lista vermelha” das ameaçadas e que o aquecimento global está reduzindo a população de leões-marinhos e mudando seu perfil genético. 

Nem os saguis escapam das listas de animais ameaçados de extinção.
Além disso, animais de grande porte, como elefantes e rinocerontes, tiveram queda vertiginosa de suas populações. A interferência que a extinção dessas espécies tem sobre a saúde humana também é motivo de preocupação. Na revisão feita em Stanford, foi reaberto um estudo feito no Quênia. Animais de grande porte foram retirados de pedaços isolados de terra e o resultado foi surpreendente: roedores infestaram as áreas, empobrecendo o solo e influindo negativamente no crescimento da flora local.

Carcaça de um elefante caçado para a retirada do marfim.

sábado, 8 de novembro de 2014

METRÓPOLE SOB O MAR

Garuda é uma figura mitológica poderosa, um símbolo do hinduísmo e da Indonésia. Tem origem em um mito indiano, em que a criatura – metade homem, metade águia – rouba um elixir dos deuses que promete a imortalidade.

E é também de "Garuda" que a metrópole Jacarta chama o projeto que tenta assegurar seu próprio futuro: um muro de contenção de 35 quilômetros de extensão ao longo da costa, elaborado ao preço de 40 bilhões de dólares para proteger a capital do aumento do nível do mar.

Projeto Garuda.

Metrópole sob o mar

A situação na agitada metrópole é alarmante. Construída sobre um antigo pântano, Jacarta é servida por sistemas de drenagem que, em grande parte, sobraram da época em que a cidade era colônia holandesa, ocupação que durou até a metade do século 20.

Praticamente não há um sistema de eliminação de resíduos em funcionamento, e água limpa é uma demanda constante. Tanta água subterrânea é bombeada para a cidade que o nível do solo afunda cerca de sete centímetros por ano – em alguns distritos o número chega a dobrar. Enquanto isso, as alterações climáticas estão fazendo o nível do mar subir.

Rio Jacarta.
“Essa combinação significa que em dez ou 15 anos grande parte da Indonésia estará debaixo d'água”, prevê Victor Coenen, líder da equipe em Jacarta da construtora holandesa Witteveen + Bos, a principal empreiteira responsável pelo projeto. Pelo menos meio milhão de pessoas serão afetadas diretamente pela construção do muro.

Cidade de Jacarta: quase 10 milhões de habitantes.
Com uma iniciativa conjunta entre os governos indonésio e holandês, um plano de resgate foi formulado – e vai mudar radicalmente toda a costa da cidade. Atrás da "Grande Garuda" serão construídas lagoas, que atuarão como bacias para os 13 rios que deságuam no Mar de Java. Elas ajudarão também a parar a inundação anual de partes da capital durante a estação chuvosa.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

MAPAS EM 3D PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

    O departamento de Sistema de Informações Geográficas do Japão desenvolveu um software para que as pessoas que possuem deficiência visual possam imprimir versões em 3D de mapas disponibilizados na internet.

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     O software diferencia  as estradas, linhas ferroviárias e passarelas do resto da paisagem. Em seguida, cria um modelo em relevo 3D que utiliza diferentes texturas para distinguir as características de cada elemento de modo que qualquer um que passar o dedo ao longo do mapa será capaz de determinar o que está sendo representado.

  O programa também leva em conta as cotas altimétricas, criando representações topográficas precisas do relevo dos mapas.

    GSI já processou os dados para localidades urbanas em uma escala de 1: 2500, e as áreas rurais em 1: 25.000. 

    Embora os usuários terão acesso a uma impressora 3D para criar os seus próprios mapas físicos, A GSI do Japão acredita que a tecnologia está se tornando cada vez mais acessível.

Fonte: www.gsi.go.jp
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