Uma cidade em que as pessoas caminhem mais e dirijam menos. Uma cidade em que a vontade da comunidade seja respeitada e considerada no planejamento urbano. Parece um sonho distante?
Para um dos ambientalistas mais respeitados da Grã-Bretanha, esses elementos já estão presentes em favelas brasileiras e poderiam ser um exemplo para as cidades-verdes do futuro. "Precisamos ser mais sensíveis à forma como as comunidades querem viver junto", diz o físico britânico (nascido na África do Sul) sir David King, presidente do grupo de inovação urbanística Future Cities Catapult. "É um processo de construir comunidades, não destruí-las. Construir um ambiente em que as pessoas encontrem seus vizinhos, trabalhem com eles em projetos comunitários", afirma ele.
Barcelona. |
Mas isso não significa que as favelas sejam um modelo em todos os sentidos. O que King defende é a adoção de duas de suas mais desejáveis características: a forma de auto-organização das comunidades, evitando o planejamento "de cima para baixo", e distâncias que podem ser vencidas a pé. King também traça um paralelo entre as favelas e as cidades medievais. Ele defende que uma cidade planejada "do zero" a partir do modelo de favelas e cidades medievais se aproximaria de Barcelona - e seria o oposto da capital econômica do Texas, Houston.
Houston, |
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