segunda-feira, 3 de agosto de 2020

MILHARES DE PESSOAS VIVEM EM UM CEMITÉRIO MAMELUCO NO CAIRO

Não se sabe ao certo quantas pessoas vivem em jazigos em Al Qarafa, a "Cidade dos Mortos", no Cairo, Egito (estimativas indicam até um milhão!). O imenso cemitério onde foram sepultadas gerações de sultões e emires desde 642 a.C. é, atualmente, uma "ilha" urbana murada cercada de vias congestionadas (procure por Al Qarafa no Google Earth!). Os túmulos são praticamente pequenas casas, com quartos, banheiros, portões e grandes jardins, conforme dita a tradição local de reverenciar os mortos. 



Há uma demanda grande por moradias no Cairo, megalópole de 18 milhões de habitantes. Com o alto custo de residências na capital, os jazigos se tornaram a escolha de muitas famílias, que preferiram morar entre os mortos a viver nas populosas favelas. Os moradores originais do século XVIII eram os guardas que cuidavam das sepulturas das famílias cairotas mais ricas, seguidos por pedreiros e canteiros e depois por refugiados expulsos do Sinai e de Suez durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. 



Os invasores do cemitério adaptaram os túmulos com criatividade para atender às necessidades dos vivos. Cenotáfios e placas fúnebres são usados como escrivaninhas, cabeceiras de mesas e estantes. Barbantes amarrados entre as lápides servem para secar a roupa. Lado a lado, as pequenas "casas" formam uma imagem parecida a um vilarejo do interior: as ruas estreitas e sem asfalto, os balcões improvisados com salgadinhos e refrigerante vendidos nas janelas e vizinhos papeando nas calçadas.



Fontes: Mike Davis - Planeta Favela e BBC Brasil (https://bbc.in/2BenDBx)

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