Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, decidiu investigar porque cerca de 10% dos negros que moram nas
Ilhas de Salomão, que ficam no Oceano Pacífico, têm cabelos loiros. A
curiosidade de Sean Myles, professor da instituição que esteve no país
paradisíaco, deu início aos estudos.
Acreditava-se que a coloração nos cabelos poderia ser resultado
da exposição solar ao qual os moradores se submetem ou até mesmo efeito
da dieta local, rica em peixe. Mas as pesquisas revelaram que
uma variação genética em um único gene dos negros que moram nas Ilhas de
Salomão explica a característica que pode parecer incomum para muitos.
Os estudos mostraram que a variante é nativa da região e,
portanto, diferente da que é responsável pelo cabelo loiro dos europeus
do Norte. Os resultados foram publicados na revista Science e
atraíram a curiosidade de diversos membros da comunidade
acadêmica. David Reich, especialista da Universidade de Harvard que não
participou no estudo, chegou a afirmar que os dados constituem ”um dos
mais belos exemplos até à data do mapeamento de um traço genético
simples nos seres humanos”.
O
professor Myles coletou, com a ajuda de colegas, cerca de 1200 amostras
de DNA. Um comunicado divulgado pela Universidade de Stanford
esclarece que os cientistas ”andaram de aldeia em aldeia, explicando o
que queriam fazer e pedindo autorização para recolher dados, com Myles
falando o pidgin [um crioulo primitivo] das Ilhas Salomão”. No país, se
falam dezenas de línguas diferentes (o que faz da nação uma das mais
diversas do mundo em termos linguísticos) e o pidgin é a mais
compreendida por todos.
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