Em 1943, o artista uruguaio Joaquin Torres García (1874-1949) propôs no desenho "América Invertida" um mapa “de cabeça para baixo”.
Não há razão científica para o norte estar no topo dos mapas. Além disso, nem sempre o norte esteve nessa posição. Foi, provavelmente, no renascimento europeu que essa tradição cartográfica se consolidou com mapas como o de Mercator, utilizado, sobretudo, para navegação. Como as potências europeias do período se localizam todas no hemisfério norte, adotou-se essa posição como referência cartográfica.
Garcia, em seu desenho, fez uma crítica à hegemonia dos países do norte. Nas palavras do autor: “Nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora pomos o mapa ao revés, e então já temos a exata ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, desde agora, prolongando-se, assinala insistentemente o Sul, nosso Norte”.
Sobre a tradição de apresentar os mapas com o norte voltado para cima, sugerimos a leitura desta matéria da BBC (em espanhol): https://bbc.in/2RRhGQ4
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