Segundo bioma mais devastado do Brasil possui 151 espécies ameaçadas
Enquanto a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica são derrubadas para dar lugar ao pasto, no Rio Grande do Sul os Pampas, segundo bioma mais devastado do país, passam pelo processo inverso. Gramíneas e plantas rasteiras de espécies endêmicas, propícias para o cultivo da pecuária, estão sendo prejudicado por árvores plantadas pelo homem.
Nos últimos cinco anos a indústria de celulose e papel encobriu 25% do bioma com florestas de eucalipto e pinus, ou seja, 10 mil dos 176 quilômetros quadrados totais do Pampa sulino.
“A paisagem campestre pode parecer homogênea e pobre para quem não conhece, mas nesse pequeno remanescente do bioma mapeamos 2.169 táxons – a maioria espécies diferentes, pertencentes a 502 gêneros e 89 famílias. Desses, 990 são exclusivos do Pampa. É um número muito grande para uma área tão pequena. No Cerrado, por exemplo, são 7 mil espécies em 3 milhões de quilômetros quadrados”, explica Boldrini.
Com a presença das árvores, as plantas nativas não recebem a quantidade suficiente de luz e acabam morrendo, dando lugar a espécies como o capim-annoni e a grama-paulista, que além de serem invasoras, não servem de pasto para a pecuária. “Algumas plantas, como a Pavonia secreta, existem apenas em uma pequena região do Pampa. No momento em que aquele lugar for devastado, elas vão se extinguir”, conta Boldrini. Atualmente há 151 espécies endêmicas do Pampa ameaçadas de extinção.
Apesar da existência destas florestas plantadas artificialmente, a atividade que mais destrói o Pampa ainda é a agricultura. Em sua cobertura original, a vegetação ocupava 63% do território do Rio Grande do Sul e atualmente cobre apenas 36% da superfície gaúcha.
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