O enorme déficit habitacional causado pela Segunda Guerra e um intenso processo de êxodo rural na União Soviética impulsionaram um dos maiores e mais rápidos programas de construção de moradias (e de cidades) do mundo na então superpotência socialista e em países satélites. Para tanto, os soviéticos precisavam de modelos de edificações baratos e rápidos de serem construídos, como o khruschevki (com 5 andares) e o brezhnevki (entre 10 e 15 andares) comuns nas paisagens de diversas cidades a partir da década de 1960 (imagem).
O planejamento e a forma das cidades socialistas distinguiam-se das capitalistas. Com influências racionalistas, diversas cidades soviéticas foram planejadas em microdistritos (imagem) formados por diversos edifícios homogêneos rodeados por grandes áreas verdes e de lazer (praticamente não se via casas nessas cidades) e em escala humana (o que permitia o acesso de toda a população aos espaços, serviços, comércio e transporte público com caminhadas de alguns minutos). Além disso, geralmente, as novas cidades eram construídas próximas aos novos polos industriais e serviam como local de moradia para os operários (como Prypiat, famosa por se localizar nos arredores de Chernobyl). De modo geral, a ideia era priorizar os espaços e os elementos públicos, coletivizar e homogeneizar a vida urbana.
No Brasil, obviamente, não temos "cidades soviéticas". Contudo, o projeto urbanístico de Brasília, de Lúcio Costa, foi inspirado nos ideais socialista de modernidade e propunha que todas as classes sociais dividissem os mesmos espaços urbanos, o que, com o tempo, não se tornou realidade.
Fontes consultadas:
La utopía brutalista: las luces y las sombras del nuevo urbanismo ideado por la Unión Soviética.https://bit.ly/3itVM1c
La ciudad socialista y la ciudad sostenible. https://bit.ly/3gh5rq0
Ponto de partida para um novo país, Brasília completa 60 anos. https://bit.ly/2Zor6Wp
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