O taiwanês Huang Yung-fu tinha 86 anos quando, há 10 anos, foi convidado a se retirar do vilarejo em que morava. O governo de seu país queria destruir a área antiga para construir um complexo residencial mais moderno e, sendo o último morador, não via uma outra saída. Viu-se diante de um dilema: como não deixar o seu único lar em Taiwan?
E decidiu começar a pintar.
Huang, conhecido como o “Vovô Arco-Íris”, nasceu na China. Lutou durante a guerra Sino-Japonesa, na Segunda Guerra Mundial e na Guerra Civil Chinesa do lado do Partido Nacionalista (que fez oposição ao governo comunista de Mao Tsé-Tung). Quando os nacionalistas perderam, ele e mais outros 2 milhões de pessoas fugiram para Taiwan, onde foram alojados numa aldeia montada apressadamente para os militares e suas famílias. Daquele improviso nasceu um lar. O que deveria ser uma solução temporária acabou se tornando o lar.
O “vovô arco-íris” conta que o vilarejo contava com 1200 casas quando chegou, e todos costumavam se sentar e conversar como uma grande família. “Mas então todos se mudaram ou morreram, e eu fiquei sozinho”, disse Huang para a BBC. Sem ter para onde ir, ele decidiu transformar sua dor em arte. Depois de alguns pássaros, gatos e pessoas pintadas nos muros das casas vazias de sua aldeia, um estudante universitário coincidentemente tropeçou no vilarejo e decidiu ajudar na preservação do local. Após tirar algumas fotos da aldeia e de conhecer a história de Huang, começou uma campanha de arrecadação de fundos e uma petição para salvá-la da destruição.
As notícias logo correram e Huang se tornou o “Vovô Arco-Íris”, cujo vilarejo recebe mais de um milhão de visitantes todo ano, graças a ele e seus murais cheios de cor. E melhor de tudo: vai poder continuar na sua casa. “Eu fiquei muito feliz e grato”, garante Huang.
Fonte: My Modern Met
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.