Viver na cidade ou no campo pode afetar sua saúde e susceptibilidade para doenças
Em 1854, um médico Inglês chamado John Snow identificou um surto de cólera em Londres em virtude de uma única bomba d'Água contaminada. Este pioneiro da epidemiologia moderna, fez uso de informações sobre onde as pessoas doentes viviam e deduziu que estavam bebendo água contaminada a partir dessa fonte.
Usar pistas sobre a localização dos povos é uma ferramenta importante na saúde pública, com isso os cuidados com os pacientes podem ser muito mais pessoais e específicos.
"A medicina personalizada tem sido tão importante quanto a genômica," diz o Dr. Rishi Manchanda. Em seu discurso ele complementa que " Nós não somos apenas criaturas de nossos genes, somos criaturas de nosso meio ambiente."
Parece óbvio, mas muitos profissionais de saúde não perguntam aos seus pacientes onde vivem, como parte de sua investigação diagnóstica.
Alguns pesquisadores e profissionais da saúde estão chamando o uso de mapeamento na área da saúde de "Geomedicina" em parte devido a Bill Davenhall, considerado o pai deste segmento. Os dados clínicos são responsáveis por apenas 10% dos fatores que determinam a saúde de uma pessoa, diz Davenhall.
A ideia do lugar influenciando a saúde é tão antiga quanto Hipócrates, diz a Dra. Estella Geraghty, diretora médica da Esri, empresa de sistema de informações geográficas. Diz ela, que tem sido uma grande mudança os médicos perguntarem onde os pacientes vivem. "As pessoas estão começando a pensar, 'Oh, eu não tinha pensado sobre como poderíamos usar essa informação", completa.
Trabalhando em uma pequena clínica em South Central Los Angeles, Manchanda e pesquisadores geocodificaram 54.000 registros de pacientes com base em seus endereços residenciais. Os pesquisadores sobrepuseram mapas de pessoas com asma ou diabetes em mapas de dados públicos de habitação, tais como violações do código de habitação.
Os mapas mostraram os principais pontos onde a duas enfermidades ocorreram. A asma foi mais prevalente em casas em que eram infestadas por mofo, enquanto o diabetes apareceu em bairros que seus moradores tiveram dificuldades de acesso a alimentos saudáveis e feiras de alimentos orgânicos.
Manchada diz que os dados podem ajudar os profissionais de saúde em clínicas locais a tomar melhores medidas preventivas para os pacientes.
Por exemplo, o médico pode dizer a um paciente para ficar com familiares ao deixar o hospital após um ataque cardíaco, em vez de ir para casa perto de uma auto-estrada, onde a poluição e o barulho podem ser prejudiciais à sua reabilitação.
O último exemplo vem de Ted Smith, que busca novas iniciativas tecnológicas para o Governo de Louisville. Ele está trabalhando com um grupo chamado Propulsor de Saúde para coletar dados sobre os pacientes asmáticos da cidade, incluindo quando e onde eles usam seus dispositivos inalatórios. As reinternações, diz ele, poderiam ser reduzidas apenas verificando em que lugar o paciente vive, mas como em medicina preventiva, é difícil dimensionar o valor que clínicas e hospitais podem economizar usando tecnologia de mapeamento, este campo ainda não tem atraído muita atenção.
Fonte: Shots Health News
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