Cidade, berço da indústria automobilística nos EUA, não suportou a dívida de US$ 18,5 bilhões e a queda da população
A cidade norte-americana de Detroit declarou nesta
quinta-feira (18) a maior falência municipal da história americana,
depois de não ter conseguido arcar com a dívida crescente e com a queda
da população, consequências da profunda crise industrial que atravessa há uma década.
Nomeado pelo estado de Michigan como o gerente externo da cidade, Kevin Orr foi o encarregado de solicitar a proteção por quebra sob o capítulo 9 da lei de falência dos Estados Unidos.
Agora a Justiça deve decidir se aceita o pedido de moratória e a reestruturação da dívida, no valor de US$ 18,5 bilhões, mesmo que vários bancos tenham acordado com Orr a remissão da dívida em até o 75%, revelou o jornal "Detroit News".
"O presidente Barack Obama e os membros da equipe do presidente
continuam observando de perto a situação em Detroit", afirmou nesta
quinta Amy Brundage, funcionária da Casa Branca.
"Enquanto os líderes de fábricas em Michigan e os credores da cidade
concordarem que devem encontrar uma solução para o problema financeiro
de Detroit, nós continuaremos comprometidos a manter nossa forte
associação com a cidade, já que o trabalho é para recuperar, revitalizar
e conservar seu status como uma das grandes cidades dos Estados
Unidos", acrescentou.
O pedido de falência desencadearia queda de contratações e despesas
municipais ao mínimo necessário, o que provocou críticas e pedidos para
que a cidade, que já foi uma das capitais mais ricas do mundo, venda
amostras de seu antigo esplendor, como coleções de arte ou edifícios.
A capital do motor está em queda livre desde os anos 90. Más gestões
de prefeitos, unidas à crise financeira de 2008, acabaram condenando à
moratória uma cidade que foi o símbolo do poder industrial dos EUA.
Detroit perdeu 60% de sua população desde os anos 50, cerca de 700
mil habitantes, e entre 2000 e 2010 viveu a saída de um quarto de seus
moradores, tendo regiões inteiras transformadas em bairros fantasmas.
Além da queda de contribuintes e de receita, o desemprego, a saída de
negócios e empresas impediu que a cidade conseguisse arcar e manter
seus compromissos e as despesas de serviços públicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.